Os nossos olhos cruzaram-se, as
nossas caras encostaram-se, as bocas sobrepuseram-se e a respiração tornou-se
ofegante.
Tu
aproximaste-te e eu retrai-me pois, a ansiedade dominava-me.
A insegurança de não ser aquilo que esperavas, de não ser boa o
suficiente, o desconhecido que me parecia tão assustador e acima de tudo, todo
aquele receio de eu te desiludir.
-Não
tenhas medo.- sussurras-te no meu ouvido.
-Como é
que sabes que eu tenho medo?
-Estás a
retrair-te.
E foi aí
meu amor...foi aí que eu mandei todas as minha paredes abaixo e disse-te tudo
aquilo que nunca disse, que fiz aquilo que nunca tinha feito.
Sussurrei tão
baixinho no teu ouvido, como se te estivesse a contar um segredo: "Já
pensei em matar-me." e tu deste-me aquilo que eu mais precisava, um
abraço, eu não precisava de falar, só se quisesse. Tu abraçaste-me com
força.
A partir
daí contei-te tudo aquilo que faltava contar, tudo aquilo que fazia parte do
meu passado tão desconhecido para ti. Contei-te das minhas batalhas, da
minha depressão, dos pedidos de ajuda, dos meus salvadores e no final pedi-te
desculpa.
-Porquê
que me pedes desculpa?- interrogaste-me com um ar confuso
-Por não
te ter contado, por não te ter dito, por não te conseguir dar aquilo que queres
e por te ter desiludido.
Olhas-te
me nos olhos, limpas-te a minha lágrima solitária que escorria pelo canto do
olho, abraças-te calmamente.
-Não
peças desculpas. Estarei sempre aqui para ti. Para ajudar-te
naquilo que puder e não puder. Passas-te por uma infância horrível. Quero
que esqueças esse pensamento de te matares pois, não vejo o mundo sem ti. Ah! E
tu nunca e jamais me irás desiludir. Por
favor, não fiques triste que eu não te aguento ver assim.
E meu
querido *A, foi aí que me atingiu que o que acabas-te de dizer veio
sinceramente do coração, todas as minhas preocupações carregadas de vergonha e
culpa desapareceram e a minha mente foi iluminada por uma luz intensa. Uma luz
que me envias-te para me salvar.
Os
minutos foram então, passados com imensas tentativas de aquecer o ambiente,
piadas foram ditas, sorriso soltaram-se e o meu coração começou a amar. Amar a
ideia de estar contigo, de te beijar, de ser tua, amar a ideia de ti e de
mim, juntos. Amar a ideia de nós.
Os nossos
olhos cruzaram-se, as nossas caras encostaram-se, as bocas sobrepuseram-se e a
respiração tornou-se ofegante.
Tu
aproximaste-te e eu aproximei-me. Os teus olhos desprenderam os meus e olhas-te
para a minha boca, fizeste-o durante segundos mas, mais pareceram horas. E
quando olhares não pareciam suficientes e palavras eram fracas. As nossas bocas
envolveram-se. No início foi uma dança calma que, mais tarde, se tornou mais
apressada e necessitada.
O beijo acabou com um selinho e o nossos corações
ficaram selados um ao outro.
-A.C.
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