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sexta-feira, 25 de abril de 2014

O primeiro beijo ninguém esquece!

Os nossos olhos cruzaram-se, as nossas caras encostaram-se, as bocas sobrepuseram-se e a respiração tornou-se ofegante.
Tu aproximaste-te e eu retrai-me pois, a ansiedade dominava-me.
 A insegurança de não ser aquilo que esperavas, de não ser boa o suficiente, o desconhecido que me parecia tão assustador e acima de tudo, todo aquele receio de eu te desiludir.

-Não tenhas medo.- sussurras-te no meu ouvido.
-Como é que sabes que eu tenho medo?
-Estás a retrair-te.

E foi aí meu amor...foi aí que eu mandei todas as minha paredes abaixo e disse-te tudo aquilo que nunca disse, que fiz aquilo que nunca tinha feito.

Sussurrei tão baixinho no teu ouvido, como se te estivesse a contar um segredo: "Já pensei em matar-me." e tu deste-me aquilo que eu mais precisava, um abraço, eu não precisava de falar, só se quisesse. Tu abraçaste-me com força. 
A partir daí contei-te tudo aquilo que faltava contar, tudo aquilo que fazia parte do meu passado tão desconhecido para ti. Contei-te das minhas batalhas, da minha depressão, dos pedidos de ajuda, dos meus salvadores e no final pedi-te desculpa. 

-Porquê que me pedes desculpa?- interrogaste-me com um ar confuso
-Por não te ter contado, por não te ter dito, por não te conseguir dar aquilo que queres e por te ter desiludido.
Olhas-te me nos olhos, limpas-te a minha lágrima solitária que escorria pelo canto do olho, abraças-te calmamente.
-Não peças desculpas. Estarei sempre aqui para ti. Para ajudar-te naquilo que puder e não puder. Passas-te por uma infância horrível. Quero que esqueças esse pensamento de te matares pois, não vejo o mundo sem ti. Ah! E tu nunca e jamais me irás desiludir. Por favor, não fiques triste que eu não te aguento ver assim.

E meu querido *A, foi aí que me atingiu que o que acabas-te de dizer veio sinceramente do coração, todas as minhas preocupações carregadas de vergonha e culpa desapareceram e a minha mente foi iluminada por uma luz intensa. Uma luz que me envias-te para me salvar.
Os minutos foram então, passados com imensas tentativas de aquecer o ambiente, piadas foram ditas, sorriso soltaram-se e o meu coração começou a amar. Amar a ideia de estar contigo, de te beijar, de ser tua, amar a ideia de ti e de mim, juntos. Amar a ideia de nós.

Os nossos olhos cruzaram-se, as nossas caras encostaram-se, as bocas sobrepuseram-se e a respiração tornou-se ofegante.
Tu aproximaste-te e eu aproximei-me. Os teus olhos desprenderam os meus e olhas-te para a minha boca, fizeste-o durante segundos mas, mais pareceram horas. E quando olhares não pareciam suficientes e palavras eram fracas. As nossas bocas envolveram-se. No início foi uma dança calma que, mais tarde, se tornou mais apressada e necessitada. 
O beijo acabou com um selinho e o nossos corações ficaram selados um ao outro.
-A.C.

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