Eu estava encostada aos cacifos da escola. O dia já estava a
chegar ao fim e faltava só mais uma hora de inglês para eu ir para casa.
O corredor estava vazio e a minha mente já navegava no mar
dos meus pesadelos. Naqueles que vivem já sem oxigênio e que são tão fortes,
que nem eu os consigo controlar.
Olhei para a esquerda quando te ouvi tão perto de mim:
"Recebi a tua mensagem" disseste-me já sem folgo, vieste a correr
porque amamos em segredo e ninguém nos pode ver. Fugidos e escondidos do mundo,
ninguém sabe do nosso amor e nós também não sabemos deles.
Olhaste-me nos olhos, aproximaste-te, pressionaste o teu
corpo contra o meu, o teu hálito estava fresco (devias de andar a mascar uma
pastilha elástica de menta), senti o metal fresco nas minhas costas e ouvi a tua
respiração apressada. Sorriste e roças-te os teus lábios aos meus. "7
minutos" sussurrei para só nós os dois ouvirmos, para as paredes não ouvirem
o que eu disse, porque ninguém sabe que nos amamos. "7 minutos para o
toque soar" decidi reforçar.
Sorriste de novo, no entanto, eu mantive a minha expressão
tão tranquila. Beijaste-me de inicio com força depois de um modo mais doce e só
no fim, é que as nossas línguas pararam de dançar.
"Eu amo-te" disseste-me. Fiquei calada enquanto as
tuas palavras desvaneciam no ar e esse teu amor desapareceu quando a campainha
se pronunciou e todos saíram das salas de aula.
Mais um beijo contudo, desta
vez foi na testa seguido de um "Adeus amiga!" e foste a correr ter
com os teus amigos do futebol.
Devias de ter me beijado, gritado um "AMO-TE
TANTO!", devias ter me dado a mão mas, amamos em segredo.
Fui à casa de banho, esfreguei a boca e cuspi com raiva deixei então, um pouco da tua saliva
lá.
Enquanto ia para a aula questionei-me se conseguiria amar
assim por muito mais tempo!
/texto fictício/
Adorei :)
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